21 de junho de 2016

CUI BONO?

Regra fundamental em qualquer investigação é descobrir os reais motivos do ato sob exame. Os romanos nos deixaram duas palavras-chave, que nenhum criminalista ignora: CUI BONO? Para o bem de quem?

Nesta semana os britânicos devem decidir em referendo se permanecem na União Europeia ou não. O “não” seria o tão falado (e temido?) BREXIT. Mencionei que estaria sendo temido, porque é o que a imprensa teleguiada nos está sugerindo. Ou melhor, nos faz deduzir que é o que os GLOBALISTAS de forma alguma querem que aconteça. Para eles é da maior importância manter os ingleses na UE, a ponto de darem excepcional destaque ao ASSASSINATO da parlamentar JO COX, ocorrido cinco dias atrás. Jo Cox era uma ativista ferrenha a favor da permanência do Reino Unido, tão engajada quanto o próprio primeiro-ministro Cameron. A população está dividida, o assunto é superpartidário, mas, mesmo assim, o governo está fortemente empenhado em defender o lado do FICO.

Mas voltemos ao assassinato da Jo Cox. O autor do crime está preso. É uma obscura figura sobre a qual, ao que parece, só cabe fazer conjecturas. Entre estas uma das mais curiosas é a que faz reviver o partido mais longevo, senão o mais longevo, certamente o mais ressuscitado da história mundial: o autor teria ligações com setores nazistas! De qualquer forma consta que é a favor do BREXIT e cometeu ato condenável, assassinando uma jovem, bonita e simpática, combatente do lado contrário. CUI BONO? Quem se beneficia? Quem é favorecido por este ato sem lógica, intempestivo, cometido uma semana antes do referendo, quando as pesquisas estavam dando uma pequena vantagem para o lado do BREXIT? Dois ou três dias depois os noticiários já informavam que A VANTAGEM SE INVERTEU!

Lembra tantos outros casos de assassinatos políticos, ou não? Aqui mesmo, em 1954 o Major Rubens Florentino Vaz foi assassinado com o intuito de fazer Getúlio Vargas deixar o governo. O assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand provocou a 1a Guerra Mundial. Lee Harvey Oswald foi apenas um fantoche no homicídio de John F.Kennedy. São muitos os casos que a História nos conta.

Neste caso da Jo Cox o autor seria mesmo um fanático, acreditando que com isto poderia mudar o curso da história, ou poderia ser uma conspiração de círculos oficiais, pretendendo influenciar o resultado da consulta popular? O que seria tão importante para fazer a tradicional Inglaterra, com sua admirada Rainha Elisabeth, que acaba de festejar seu 90° aniversário, deixar-se envolver em ato tão estouvado? Dizem os defensores da permanência e, portanto, a mídia de forma geral, que a saída provocará prejuízos econômicos ao Reino Unido. Ora, ora, nunca tantos países europeus passaram por tantas dificuldades econômicas, como desde que integram essa comunidade político-econômica, constituída pelo Tratado de Maastricht em 1993. Ela tem hoje 28 Estados-membros. Mas Noruega, Suíça, Islândia, Sérvia, Bósnia Herzegóvina, Albânia, Ucrânia não fazem parte e, exceto a última, ninguém está se queixando. Logo a Inglaterra, que já foi um império mundial, teria problemas se deixasse a UE? Não, não é isto. O bloco europeu só tem que ser ampliado e cada vez mais submetido a leis e parágrafos válidos para todos, para ser mais fácil dominar suas populações. E os ingleses não serão exceção.

Acontece que os ingleses, ou parte deles, acordaram. Essa história de receberem “refugiados” não é bem a gosto deles. Querem manter sua identidade e estão desconfiando que o Canal da Mancha, que por ora ainda retem as avalanches que se espraiam sobre a Europa Central, um dia deixará de ser obstáculo. Querem se livrar da tutela de Bruxelas. O que está em jogo é algo mais do que um acompanhamento do noticiário diário pode indicar. Este referendo tem uma importância bem maior do que se imagina. Pode sugerir que o atentado a Jo Cox não é, ou foi, a única medida preventiva. Aguardemos.

Falando em “refugiados”, soubemos agora da ONU que eles já somam 65 milhões, mas não nos disseram se tudo isso está a caminho, a caminho de aonde, se é uma expectativa e em que são baseados esses dados. Lembro-me da Segunda Guerra. Apesar de países tão, ou mais, destruídos e populações tão, ou mais, sacrificadas, estas NÃO FUGIAM. Ninguém pensava, a não ser uns poucos privilegiados, em deixar a pátria, deixar para trás tudo que representava até então sua vida. Terminada a guerra, estavam lá para reconstruir. Esses 65 milhões, que a ONU contou, deixam suas terras para se dirigir ao desconhecido? Simples assim? O que fica vira deserto?

Ao final da Segunda Guerra houve sim, caravanas de refugiados. Eram 13 milhões de alemães DEPORTADOS das terras em que viviam na região oriental. Terras arrebatadas ilegalmente da Alemanha vencida e entregue a poloneses, tchecos e russos. Essas caravanas eram constituídas por mulheres, crianças e velhos e se movimentaram a pé, com os poucos pertences que lhes foi permitido levar. Os homens estavam longe, a serviço do seu país, ou já feito prisioneiros, ou ainda combatendo, ou já tendo tombado. Entre os “refugiados” de hoje os homens, fortes e jovens, são a maioria.

Um detalhe: Dos 13 milhões de alemães deportados apenas 7 milhões chegaram ao seu destino e nenhum jornal do mundo lamentou os que morreram no caminho.

Voltando ao nosso tema de hoje a pergunta: Quem é responsável pela morte de JO COX? Cui bono?

Toedter