18 de janeiro de 2016

MEIN KAMPF, a luta que não acaba

A leitura de um livro pretende ser uma interação entre autor e leitor. O autor expressa uma ideia ou mensagem e cabe ao leitor a análise do seu significado. Aprova, rejeita, ou, simplesmente, memoriza e em momento futuro confronta com novas concepções.

O que está sendo feito com o autor do livro MEIN KAMPF (Minha Luta) representa o cúmulo da covardia. Para quem não sabe, este livro foi escrito por um jovem (34-35 anos) rebelde, quando estava cumprindo pena de prisão na fortaleza de Landsberg, Alemanha. Preso e condenado por ter liderado uma marcha de protesto, hoje falsamente chamada de “putsch” ou tentativa de golpe de estado.

O jovem rebelde era Adolf Hitler, que neste livro registrou suas ideias políticas. Política esta que o levou dez anos após, depois de intensa campanha eleitoral, à chefia de estado da Alemanha. Eu li alguns trechos do livro e na minha modesta opinião nem tudo o que o jovem inconformado escreveu foi posteriormente adotado pelo chefe de estado. Só como exemplo cito a ferrenha animosidade demonstrada no livro em relação à França (o autor acabara de enfrentar os franceses em duríssimos combates da Primeira Guerra). Como chefe de estado procurou o entendimento com o país vizinho. À história do espaço vital, do “Lebensraum”, é dada certa ênfase na obra. Era influenciada e oriunda ainda de movimentos políticos vividos por ele na Áustria. Não era mais assunto quando eu estive na Alemanha, apesar de que naquele momento (1942) a área sob domínio alemão ter se estendido extraordinariamente para todos os lados. Ninguém falava em incorporar territórios. Acho normal essa transição, só não muda de opinião quem não pensa.

Então, o caráter dogmático que se quer dar hoje ao livro MEIN KAMPF não tinha toda essa expressão. É natural que um livro escrito pelo “Führer” tenha vendido número inusitado de exemplares, mas não creio que possa ser considerado um vade mecum, uma bíblia, como hoje é afirmado.

Durante os 70 anos, após a morte do autor, novas edições foram proibidas. Os direitos autorais pertenciam ao Estado da Baviera. Mesmo assim houve editoras, também no Brasil, que produziram edições. Não sei se todas foram bem traduzidas. Consta que houve quem manipulasse o texto original, falsificando o enunciado. As associações judaicas de todo mundo se esforçaram para que houvesse proibições mais ou menos legais, mas nunca conseguiram acabar definitivamente com a circulação.

Agora, com o término do ano 2015 o livro MEIN KAMPF (Minha Luta) de Adolf Hitler caiu em domínio público e já estava pronta, esperando de garfo e faca, uma editora para fazer um lançamento monumental da obra escrita pelo homem mais demonizado da história. Muitos hão de perguntar: mas se ele era tão ruim, fez tanto mal, porque voltam a divulgar suas ideias?

Não são tão estúpidos como parecem. Nos últimos TRÊS anos fizeram com que assim chamados “historiadores” (devem ser os mesmos que conseguiram reduzir o número de vítimas dos bombardeamentos de Dresden de 400 para 25 mil) se debruçassem sobre o texto original e inserissem ao seu lado vasto material desfigurando e contradizendo o que o autor estava expressando. A imagem acima mostra como ficaram as páginas desta promovida e festejada edição.

É um insulto, não só ao autor como também a quem esperam que venha a se dedicar à leitura dessa produção. Ninguém assistiria a uma palestra em que o palestrante vem acompanhado de três outros apresentadores que a cada frase pronunciada o interrompem, questionando o que foi dito. Ninguém gostaria de testemunhar tal COVARDIA.

Um fato que transparece nesta demonstração é que o homem, setenta anos após sua morte, ainda amedronta seus adversários.

Toedter