2 de setembro de 2015

ROMBO NO ORÇAMENTO

Aumento de impostos, atualmente assunto dominante nos nossos noticiários. Ministros e os mais diversos agentes políticos alongam seus comentários e declarações sobre a crise pela qual passa o país. Circunspectos buscam nos elucidar sobre a inevitabilidade de adoção de medidas que possam reabastecer os cofres ou caixas da nação. De forma inexplicável, de súbito, de um ano para o outro acabou o dinheiro. Têm caixas estaduais que não conseguem pagar os salários dos próprios funcionários.

Entre tudo o que dizem não se vislumbra a menor explicação do motivo que levou a essa situação. Talvez esperam que a gente acredite que tenham sido as propinas da Petrobrás. O que de fato caracteriza os nossos tempos é a distância a que é mantida a população da verdade. Não há homem público que venha dizer que de a muito tempo o país é perdulário, está vivendo acima de suas posses. Começou quando se livraram do Getúlio. Até então o Brasil era um país jovem, que tinha tudo para se desenvolver, ser alguém importante no contexto mundial. Passou então a atender aos acenos do dinheiro fácil e no seu “formoso céu, risonho e límpido” apareceu uma nuvem negra chamada DÍVIDA PÚBLICA.

Convenhamos, foi um fenômeno que também se alastrou pelo mundo e hoje está mostrando seus efeitos nos mais diversos quadrantes. No que diz respeito ao nosso país o portal AUDITORIA CIDADÃ nos mostra que em 2012 gastamos em JUROS e SERVIÇO DA DÍVIDA um total de 753 bilhões, ou sejam 43,98% do total dos gastos federais. Em 2014 passamos a 978 bilhões, 45,11% do total. Um aumento de quase 30% em dois anos! Se isso não bastasse, nos primeiros seis meses e meio do ano corrente a percentagem se elevou a 48%, metade de TUDO que o governa gasta. Os itens SAÚDE e EDUCAÇÃO ficaram em torno dos 4% cada um.

Segundo a definição oficial DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o deficit (rombo) orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida.

Então já deu para sentir que ROMBO NO ORÇAMENTO não é de hoje. Já deve vir de longa data e aumenta a cada ano. Por mais que se aumente impostos, por mais que se venda patrimônio público, por mais que se corte gastos (principalmente sociais), por mais que se empobreça a população através do processo inflacionário, sempre ocorrerá a necessidade do tal “refinanciamento” da dívida, aumentando a própria e aumentando os juros.

Sabendo que não há como cobrir o ROMBO e que os meios citados para mobilizar recursos são limitados, seria bom que fossemos poupados deste “teatrinho” diário a que estamos sendo expostos. Talvez algum dia possa aparecer alguém com uma ideia efetivamente viável, capaz de resolver o problema de um país que vem sendo inclementemente explorado.

Toedter